‘Maruxa’: um conto que pretende sensibilizar para a igualdade de géneros

Os alunos do 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Melgaço vão conhecer a ‘Maruxa e o Zezinho’, a história de como este casal vivia na aldeia, de como a Maruxa era sobrecarregada pelas tarefas domésticas. O conto insere-se no plano de atividades anual previsto para os alunos de Melgaço e pretende proporcionar momentos lúdicos associados à leitura. A iniciativa iniciou-se hoje, pelas 10h00, e prolonga-se nos dias 27, 28, 29 e 30 de março, na Biblioteca Infantil da Casa da Cultura.

‘Maruxa’, da autoria de Eva Mejuto, é baseado na canção popular polaca de Maryna gotuj pierogi, uma das mais conhecidas do repertório folclórico do país. O livro conta como Maruxa e Zezinho viviam na aldeia: Maruxa lavrava, cosia e varria; Zezinho folgava, cantava e dormia. Até que um dia Maruxa decide dar uma lição ao marido. Astuta e com grande habilidade no uso da ironia, consegue que Zezinho tome consciência de que o trabalho de casa está mal distribuído. Com algum humor e ao mesmo tempo ironia, Maruxa decide dar uma lição ao marido, que exige que esta lhe faça o pão, e vai pedir-lhe os ingredientes um a um até que termine o dia. No final, este aprende a lição e passa a realizar também as tarefas domésticas.

A atividade tem o intuito de desenvolver a expressão oral, musical e corporal; motivar para a atenção visual; educar para a importância da divisão de tarefas e apelar para a importância da igualdade de géneros. De uma forma lúdica, que os alunos do 1º ciclo reflitam acerca da temática.

SINOPSE:
Maruxa e Zezinho viviam na aldeia.
Maruxa lavrava, cosia e varria.
Zezinho folgava, cantava e dormia.
Mas um belo dia…

Maruxa decide dar uma lição ao marido. Astuta e com grande habilidade no uso da ironia, consegue que Zezinho tome consciência de que o trabalho de casa está mal distribuído e, assim, mude de atitude. Este livro é baseado na canção popular polaca Maryna gotuj pierogi, uma das mais conhecidas do repertório folclórico do país. Existem diversas versões feitas por orquestras sinfónicas, solistas, grupos de jazz, rock… Este texto, em versos de seis sílabas, procura manter o ritmo da canção original. Tal como a canção tradicional, a autora apresenta a história em forma de diálogo, já que o conto se baseia principalmente na disputa que Maruxa e o marido, Zezinho, iniciam quando este lhe pede que lhe faça pão.

Na versão tradicional, Zezinho reclama uns pierogi, um dos pratos típicos da Polónia (uma espécie de raviólis recheados de carne, peixe, vegetais…) e a mulher nega-se repetidamente, alegando que lhe faltam, um a um, todos os ingredientes: farinha, água, sal e carne… Contudo, nesta versão optou-se por substituir os pierogi por pão, um alimento comum a todas as culturas e que permite universalizar a história. As diferenças mais significativas relativamente à canção não só se limitam ao alimento principal, mas também ao final da história. Assim, a reação violenta que Zezinho manifesta na versão polaca — quando a mulher, afinal, decide não lhe preparar a comida — é substituída neste álbum por uma atitude compreensiva e de empatia face à esposa, mantendo assim o tom humorístico que carateriza todo o conto. Da versão inicial, a autora decidiu manter e realçar: a ideia original, o sentido de humor, a estrutura acumulativa, versificada e rimada, tão própria de contos e cantos da tradição oral. Este texto permite ser cantado a ritmo de três por quatro mantendo a música de origem.

De igual modo, o álbum ilustrado oferece o mesmo argumento que a canção: a protagonista alega não poder fazer o pão porque lhe faltam todos os ingredientes (farinha, água, levedura e sal). Então, decide pedir ao marido que os vá buscar. Só que, em jeito de reprimenda instrutiva, vai-lhos pedindo um a um, com o esforço que isto implica a Zezinho. Um a um, ele vai fazendo todos os recados cada vez mais desmesurados como o de ir buscar sal ao mar, mas depara-se sempre com o facto de voltar a faltar algo e tem de empreender uma nova e esforçada aventura para o conseguir. Quando, por fim, Maruxa tem todos os elementos, diz, ironicamente, que está muito cansada e terá de ser também ele a amassar o pão.

Portanto, através do engenho e do sentido de humor, consegue que Zezinho entenda, por experiência própria, a injustiça da situação que ela vivera até então, e compreenda que, tanto o trabalho como o lazer, devem ser coisa dos dois.

A história é reforçada através do trabalho da ilustradora portuguesa Mafalda Milhões. O leitor encontra aqui uma contextualização prévia e posterior à ação do texto.

Atividades já realizadas no decorrer do ano letivo 2016/17:

Outubro
Pré-escolar – ‘Tons de Outono no PNPG’
1º Ciclo – ‘Vamos Conhecer o Cão de Castro Laboreiro’
Secundário – ‘O Segredo de Simónides’ (Comédias do Minho)

Novembro
1º Ciclo – ‘A Grande Fábrica de Palavras’
3º Ciclo – ‘Kandinsky’

Dezembro
Pré- escolar, 1º Ciclo e utentes dos Centros de Dia – Peça de teatro ‘Carta ao Pai Natal’

Janeiro
Pré-escolar e 1º Ciclo – ‘A Porta vai à escola’
2º e 3º Ciclos –  ‘Utopia’ (Comédias do Minho)
Secundário – Visualização e conversa aberta acerca do filme ‘As Sufragistas’

Fevereiro
Pré-escolar – ‘A Casa da Mosca Fosca’
1ºCiclo – ‘Deixa-me ser’ (Comédias do Minho)
7º ano – ‘Desejo de Teatro’_Oficina de teatro na escola ( 7ºB e 7º C) (Comédias do Minho)
Vocacional – ‘Conhecer os produtos regionais’: Visita ao Fumeiro de Castro Laboreiro

Março
Alunos do Curso Técnico de Informação e Animação Turística – visita à Adega Quintas de Melgaço
Alunos do Curso Técnico de Informação e Animação Turística – ‘Vamos plantar uma árvore’