União de Freguesias Chaviães/Paços

Área : 8,48 km²

Orago : Santa Maria Madalena / Santa Ana

População : 702 habitantes (2011)

Norte: Espanha

Este: Cristóval

Sul: Fiães , Roussas e Vila

Oeste: Espanha

Amadeu  EstevesPresidente da Junta da União de Freguesias de Chaviães e Paços

Amadeu  Esteves

931 911 341
ufchaviaesepacos@gmail.com

Horário Chaviães: sábado das 15h00 às 16h00 (maio a setembro) e das 17h00 às 18h00 (outubro a abril)
Horário Paços: domingos das 09h30 às 11h00

  • Igreja de Chaviães (ou Igreja de Santa Maria Madalena de Chaviães)
  • Capela da Quinta de Nossa Senhora da Conceição
  • Casa Grande
  • Margens e pesqueiras no Rio Minho
  • Igreja paroquial de Paços
  • Capela Nossa Senhora de Lurdes
  • Miradouro de Viladraque
  • Margens e pesqueiras do rio Minho

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Chaviães 
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Paços 

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Chaviães 

A freguesia de Chaviães, situada numa zona colina sobranceira ao rio Minho, dista dois quilómetros da sede do concelho. Confronta com o rio Minho, a norte e poente, Paços e Fiães, a nascente, Roussas e Melgaço a sul.

É composta pelos seguintes lugares principais: Barralha, Barraço, Barreiro, Bouça, Carvaçheiras, Casal, Cortinhal, Cotos Curveira, Escuredo, Gondufe, Igreja, Lages, Nogueira, Orjás, Outeiro, Pena, Portela, Quinta, Redondas, Soengas, Tapada, Vale e Viso.
O topónimo deverá resultar de uma evolução de Flavianes, Flavianus, Chavianes (as portas da vila de Melgaço) até à forma actual.

Da Pré-História, este território guarda vestígios da cultura dolménica (ruínas de um dólmen), remontando a quatro ou cinco mil anos, no coto da Moura, e também restos da cultura castreja, no monte do Castelo.

Chaviães foi abadia da apresentação da casa de Bragança, no termo de Melgaço. Em 1839, aparece referenciada na comarca de Monção e, em 1878, já na comarca e julgado de Melgaço.

Era uma freguesia já com vida própria muito antes dos princípios da nacionalidade. Citado por Marques Rocha, no seu livro sobre “Melgaço”, escreve, a propósito, o Padre Bernardo Pintor, na sua obra “Melgaço Medieval”.

“A freguesia de Chaviães já existia nos princípios da nossa autonomia nacional. Quando D. Afonso Henriques deu foral a Melgaço, em 1183, anexou-lhe metade de Chaviães, que era património da Coroa, não se dizendo a quem pertencia a outra metade. Nessa altura já tinha as suas próprias estruturas firmadas.

“ (…) Em 1177, Pedro Pires testou ao mosteiro de Fiães o seu corpo e metade de um casal de Chaviães, sob a igreja da Santa Seguinha. Devia ser pessoas de categoria, pois declara no documento que rebora por suas próprias mãos, o que nos dá a entender que era pessoa instruída, o que era raro. Esta é a mais antiga referência que encontro à igreja de Chaviães e sua padroeira primitiva Santa Seguinha, que se encontra nos documentos desse tempo com a grafia Seculina, em latim (…) A inovação a Santa Seguinha como padroeira de Chaviães ainda se mantinha quando se fez tombo da freguesia em 1547, em que também se fala na igreja de Santa Maria Madalena. No dizer do investigador padre Pièrre Davide, o culto de Santa Maria Madalena difundiu-se nestas paragens por efeito dos peregrinos que se dirigia, a Compostela”.

A actual igreja paroquial de Chaviães data do século XIII, época em que conserva alguns vestígios (românicos), quer na cachorrada do corpo do templo, quer na porta principal do edifício.
Foi donatária desta freguesia a Casa de Bragança. Apresentava o abade, o qual tinha o rendimento quarenta mil réis.

A sua população dedica-se essencialmente á agricultura, constituindo-se a vinha como uma das suas principais produções.

Dicionário Enciclopédico das Freguesias: Braga, Porto, Viana do Castelo; 1º volume, pág. 423 a 439; Coordenação de Isabel Silva; Matosinhos: MINHATERRA, 1996

Paços 

Paços dista cinco quilómetros da sede do concelho. Confronta com o rio Minho (que a separa de Espanha), a norte, Cristóval, a nascente, Fiães, a sul, e Chaviães, a poente.
Freguesia do arcebispo de Braga, distrito administrativo de Viana, a mitra apresentava o reitor “colada”, que tinha cento e oitenta mil reis de rendimento.

É composta pelos seguintes lugares principais: Sá, Outeiro, Viladraque, Beleco, Casais, Ázere, Ferreira, Govendo, Granja de Merelhe, Cruz, Vinhas Pedreira, Ferraria, Casal, Corga, Campo das Bouças e Esporão.

O topónimo (Paço, contracção de Palácio) derivará – de acordo com alguns estudiosos – do facto de aqui ter havido não um mas diversos palácios, ou as casas solarengas, para alojamento de grandes senhores e suas gentes.

Povoação inquestionavelmente remota, teve decerto a sua origem na contínua passagem de povos entre as duas margens do rio Minho.
Deverá ter sido “ a sede de uma antiquíssima vila romana que enquadraria todo Melgaço medieval.”

Acrescenta o padre Manuel Bernardo Pintor: “Movimento à localidade deve ter-lhe dado uma passagem que havia no rio Minho, por onde, em recuados tempos, passavam os peregrinos que desmandavam o santuário jubilar de Santiago de Compostela, bem como pessoas que, das redondezas, se dirigiam para além-Minho por motivos de negócios.

“Era o Porto de Bergote. Tal devia ser a sua importância e o movimento da passagem que a localidade se chamava Bergote de cá e de lá, em ambas as margens do rio, como atesta um documento do mosteiro de Fiães do ano de 123 pelo qual Toda Monis com os seus seis filhos e filhas de apelido Fernandes e mais os filhos de Marinho Fernandes, que, pelo apelido, se deve presumir ser irmão do marido, venderam uma herdade a Fernando Sanches. Aqui se declara: – A mesma herdade está situada na vila que chamam Bergote. Vendemos-te quanto aí temos em uma parte do Minho e na outra.
“Caso estranho o facto de no fim do documento se mencionarem não autoridades de Portugal mas, sim, as de Leão, entre o Senhor de Crecente, isto é, o governador, que era capelão régio, Pedro Fernandes.”

As inquirições de D. Afonso III, em 1258, falam de Bergote, pertencente ao concelho de Melgaço. As de Dinis, em 1290, referem Bregontim, no julgado de Melgaço, antepondo-lhe, decerto por confusão, o qualificativo de freguesia. Nas Inquirições de 1307, já Bergote aparece sonegada aos direitos reais, desde há mais de seis anos.

No século XIII há escrituras de propriedades em Paços, embora não indiquem o nome da terra. A primeira referência documental referindo expressamente Paços, com o nome de “vila”, aparece em 1210.

Em 1641, no decorrer das lutas da Guerra da Restauração, a freguesia de Paços foi invadida por oitocentos soldados da Galiza que já tinham provocado desacatos em Cristóval.

Dicionário Enciclopédico das Freguesias: Braga, Porto, Viana do Castelo; 1º volume, pág. 423 a 439; Coordenação de Isabel Silva; Matosinhos: MINHATERRA, 1996